A minha persistência é o me ponto forte mas a esperança é o meu ápice.
14 de março de 1985
Querido João de Barro,
Manuseio estas palavras com a seguinte frase: " Deus é o dono do tempo, ele não age na nossa inquietação mas na nossa confiança". Talvez, seja isso o que falta em mim, compreender que não é no nosso tempo, que as coisas acontece, às vezes, o meu não saber esperar, me faça ficar ainda mais ansiosa do que deixar as coisas rolarem.
Precisamente hoje, faz dois meses em que escrevi a primeira carta, portanto, decidi dar um tempo e depois escreveria novamente para você, senão ficaria parecendo pegajosa e marcação demais. Sabe o seu silêncio às vezes me incomoda, porém me ensina e sinalizou-me algo muito importante.
Estava pensando comigo durante esses dois meses, se minha atitude não tenha lhe assustado um pouco, por isso, venho por meio desta, falar um pouquinho de minha pessoa, mesmo sabendo que, sei perfeitamente que sabe tudo ao meu respeito.
Na verdade o que eu disser aqui não será novidade para ti, mas falarei resumidamente ao meu respeito a você. Bom, sou uma mulher como deve ter visto, com muita atitude apesar da timidez, porém não me falta coragem para juntar palavras e falar o que penso, sabe como é, um dos meus pontos fortes em questão é a minha sinceridade, o que assusta um pouco né?
Jamais fui alguém de ficar insinuando para os rapazes, sou muito discreta, detesto ser atirada, não acho muito legal a mulher se insinuar assim, meu pensamento é um tanto quanto antiga, gosto de conhecer as pessoas dentro do seu tempo. Adoro lugares tranquilos e calmos, esses que dê para conversar, trocar ideias com colegas de trabalhos e amigos, balada não é comigo, música agitada também não, sobre meu trabalho não tenho muito o que dizer, amo o que faço, tudo que é relacionado a escrita me fascina.
João de Barro, espero que tenha colocado nestas linhas qualidades o suficiente, do que gosto e não gosto, do que jamais faria na minha vida e principalmente do que sou apaixonada pelo que faço.
Bom, finalizo esta carta na esperança de uma resposta sua, caso ainda permaneça em silêncio, respeitarei o seu tempo, mas voltarei a escrever outra vez, não por agora, saberei esperar. Pense bem, sei que não vai se arrepender em responder-me, afinal: eu não mordo, sou totalmente da paz.
Então, quando é que me darás a chance de conhecê-lo melhor?
Com Amor, Flor de Lótus.
Pilar Mariosa Bastos
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