terça-feira, 22 de janeiro de 2019

O Penúltimo Rascunho

Em Mãos

 Palavras e coragem não me faltam...


15 de Agosto de 1985
Querido João de Barro,

Escrevo-te esta carta, com muita alegria em meu coração depois de rascunhar, rasgar papéis e jogá-los fora porque não estava bom os meus dizeres, até chegar ao ponto que gostaria que ficasse, palavras com carinho e indignação. A sensação que tenho é de ignorar-me até o último momento para saber qual será a minha reação, se desistirei da estapafúrdia ideia de nos conhecermos melhor.  

Gostaria muito saber o porque do seu descaso, o porque não me responde, o motivo pelo qual me ignora tanto assim. Passaram-se oito meses que lhe enviei a primeira carta, sendo que na verdade, foi uma enorme besteira que fiz, não deveria tê-la feito, acabei assustando-o de uma forma irreparável, agora vejo com muito mais clareza e precisão.

Bom, como disse em todas as cartas, não sou mulher de desistir dos meus objetivos, quando desejo algo, persevero muito e acredito fielmente que as coisas aconteceram, para Deus nada é impossível, para mim então... Perdoe, não quis assustá-lo, só estou tentando te mostrar que não desisti da ideia estapafúrdia de conhecê-lo melhor, a proposta ainda está de pé, caso queira corresponder-me, o endereço está  neste envelope.

Com Amor, Flor de Lótus

Pilar Mariosa Bastos 

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