O Dia Em Que Recebi A Carta
"O amor é uma caixinha de surpresas e onde habita transborda felicidade". Maycon Tienga
A manhã despertou mais calma que as outras habituais, na verdade onde existe amor verdadeiro, tudo fica mais sereno quando o contentamento é compartilhado com quem amamos e importamos com exatidão. Mas, desta vez, quero relembrar o dia, quando minha mãe me chamou para entregar-me "aquela carta", só não sabia que seria uma pegadinha do bem, e aconteceu assim:
"Kiara, minha filha poderia vir aqui embaixo por favor! Acaba de chegar mais uma carta de Carlos Eduardo para você". Naquele momento meu coração acelerou mais que mil por hora, meus olhos encheram de lágrimas ao escutar este chamado, e desta vez, desci as escadas correndo para pegar a carta e ler as novidades que o meu amorzinho estava contando, só não esperava receber uma notícia tão...tão...triste.
Confesso meu amigo diário que não contava passar um susto enorme daquele, suas palavras foram bastantes convincentes, soube escolhe-las cuidadosamente para não deixar pistas de que estava mentindo para mim, ao lê-las atentamente meu coração partiu em pedacinhos, chorava feito uma condenada no julgamento prestes a passar anos e anos na prisão sem direito a ser feliz, a carta dizia assim:
Minha Amada Esposa, espero que compreenda o que tenho a lhe dizer nestas folhas amigas, estas que me foram de grande valia para que pudesse lhe escrever todos os dias. Abro meu coração com ele dilacerado, repleto de dor, mas infelizmente tenho que lhe dar esta infeliz notícia. Não poderei chegar a tempo, ficarei por mais alguns dias em serviço, o nosso encontro ficará adiado por agora, porém daqui um mês estarei de volta para os teus ternos braços. Do seu marido que te ama tanto, Cadu!
Naquela hora, tudo que mais almejava era sair da sala de visita, minha mãe estava sem entender nada, estranhou meu silêncio e o respeitou. Ao sair dali, decidi fazer uma caminhada longa sem previsão de voltar para casa, queria colocar meus pensamento em ordem e tranquilizar-me um pouco, foram incontáveis lágrimas que acariciaram meu delicado rosto, estava inconsolável, sem palavras...
Andava de cabeça baixa, triste, mal conseguia olhar para o meu amigo por do sol, sofria horrores, nem mesmo o céu azul contava com um sorriso, também estava decepcionado, nunca tinha me visto daquela maneira, poderia ser por qualquer motivo, mas estava sempre sorrindo alegremente. Quando resolvi olhar para frente, lá estava Carlos Eduardo, não estava nem acreditando no que estava vendo diante de mim, só sei que sai em disparada para abraçar aquele meliante irresponsável que me fez crer em cada palavra e frase escrita naquela carta, mal sabia que era Pegadinha do Bem!
Kiara!
Pilar M. Bastos
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