terça-feira, 1 de março de 2016

Chuva

Traz ele de volta pra mim...




Não há frases ou citações, que são capazes de transpassar para o papel, a ausência que meu amorzinho causastes quando resolveu ir embora de vez.





Sinto o cheiro de terra molhada,a saudade já está a falar mais alto. A renovação, paira no ar... e não estás aqui comigo para juntos assistirmos essa contemplação que acontece neste mês das águas tão esperada por nós.

Oh...Chuva amada, querida e respeitada, se o trouxe para mim em sua eterna estação, não o deixe que ele se vá para todo sempre. O traz de volta para sua amada, que apaixonada está desde o primeiro dia em que o viu. Não permitas, que eu fique em seu tempo de esperas, nada fiz de errado para que meu benzinho me abandonaste.

Faças que ele perceba, que os caminhos que escolhestes é o inverso do que vivia comigo, coloque em seus pensamentos que seu amor não sobrevive sem o ar que respira, não aguentarei ficar somente em teorias, não preenche o espaço que agora está vazio. Chuva...chuvinha meu amorzinho, não me deixes a sofrer por amor, porque deixastes quem roubou de mim a única razão do meu viver? Não queres que eu viva no sequestro da subjetividade, tornando-me prisioneira desse amor, não é mesmo? Então, traz para mim o meu benzinho.

Infeliz serei, se eu viver no esquecimento dessa paixão que me consome, estarei na orfandade de todo um sentimento causado pela saudade que sinto, e por tê-lo permitido entrar em minha vida. Quando o sofrimento bater em minha porta, o que farei? Deixarei entrar para que possa consumir toda minha alma, podendo retirar de mim todo amor que ainda sinto pelo meu bem? Não quero permitir-me essa tal faceta.

A mesma não serei desde então, nem cartas para amigos serei capaz de escrever.Nenhuma linha transcrita poderia fazê-la. Palavras não existiriam, caso motivos para tal...poderá estar aqui comigo. Me pergunto todos os dias antes de dormir: Cadê aquela mulher cheia de graça de antes? Estás morrendo aos poucos por abandono causado pelo meu amado.

Amiga chuva, perdoe-me por não está sendo a discípula da madrugada mais fiel, estou a mergulhar na mais profunda dor, tento em palavras escrever para aliviar este sofrimento. Sei que viver é sagrado, que Deus está no esconderijo do verso em que escrevo neste momento.

Mas em meu solo sagrado, minha amada, só eu sei o quão pisoteado ele está, seco precisando de drenagem para conseguir sobreviver nos enredos do meu povo simples.

Por isso, chuva linda vos peço: Traz o meu benzinho de volta pra mim...

Pilar Mariosa Bastos da Silva. 

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