Óia íeu paginando meu caderno diarista, tô muito das contentas com presente quê ganhei da mãe. Agora, estou aqui iscrevendo as primeira palavras nele, e tudo que estiver aqui saum minhas histórias que vô contar. Não repare míeus palavriado não viu? Pois sô moça da roça, num sei falar de outro jeito, fáis pouco tempo que aprendi com a fêssorinha a lê e iscrever.
Em primêro lugar, queria fazer aquelas coisas di quando as pessôas falam seu nome, cumo é que é mesmo? Di veis inquando mi dá uns branco, mais íeu vô lembrar: Aaaah...lembrei, apresentação, isso mermo. Baum, meu nome é Rosinha, tenhu 20 anos di idade, meus pais fala que já passei da idade di casá, mais num acho não, você acha meu amigo diarista? Intão, hoje vô contá uma história muito das bunita igual as cocadas branca que minha vó Riqueta fáis pra nóis e vendê no armazém dela.
Ostros dias atrás, chegou na cidade de Pitanguêra é onde íeu moro, um rapaz prá lá de baum e bunito, ele têm uns zóis de jabuticaba, e quando sorri? Pareço uma rapadura de quando vai ao fogo e derrete toda...quê coisa mériviosa é aquela, ôh môço bunito, uma belezura de fartura, ama ir na vênda di minha vó Riqueta. Todo dia que vai lá, compra dôce de amendoín, todo día. Minha mãe fala, que num é baum cumer não, chama cêgonho.
Míeu diarista, o rapaiz parece uma estauta charmousa de se ficar de zói o tempo intêriiinho, intêrinhoooo, sô capaiz de ir nas nuvi só pra sabê se elas saum doce como algodão dôce. Pra eu, as nuvis é feitas de açucar, pra móde dóçar a vida pusquê ela anda triste por dimais da conta uai. Ah..meu amigo Didiárista, se ô môço da cidade óiasse pra íeu, eu colocaria míeu coração pra fora, como é vistuso esse hômi...
Quando ele aparece, eu viajo ostra véis pra nuvis de algodão doce, começo a abobriar míeus pensamento, i em vórta di minha cabeça uns mônte de cocada rodando, rodando e rodando, di tanta buniteza dobrada iguá as floris da primavera.... Mas, uma coisa só: Qué têm oiá? Num tira pedaço não uai, o quê é lindeza num é pra sê oiá? Intão...
Pilar Mariosa Bastos
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