Um destino solitário nem sempre é o melhor caminho.
Escuto ao longe, muito, muito distante, o relógio despertar ás 06:30 da manhã, ouço alguém bater em minha porta e me chamar: Mayla, levanta está na hora de acordar. Esta quem tem o prazer de me tirar da cama, se chama Greta Norman, minha irmã mais velha, uma mulher linda, impecável e solitária, o que a levou a ficar assim? Não sei muito bem, é um assunto proibido nesta casa.
Imagino o mundo de cores escuras que minha irmã vive, sem graça, não há vida. Pergunto-me diariamente: Como seria o mundo se fosse apenas reclamações? Em sua infinita bondade, Deus não aguentaria nem por um segundo escutar tanta insanidade, teria sim, uma enorme decepção, ficaria triste ao ver de perto tanta amargura dentro de um ser humano.
Greta, além de ser uma mulher maravilhosa, com uma beleza destacada, não acredita na felicidade, nas coisas boas que acontece em nosso dia-a-dia, o amor para ela simplesmente é algo insignificante, tudo que tem sentido e alegria, a incomoda. Observo-a atentamente, fica quieta pelos cantos da casa, ajuda nos afazeres, cozinha muita bem e preza muito por mim, sou a única pessoa com quem se importa de verdade.
Minha querida irmã, escolheu um caminho muito difícil de lidar, na minha opinião complicado de sair também, a solidão é um sentimento que nos afasta das pessoas, não nos permite contato com ninguém. Greta, detesta fazer amizades, acha que não precisas de amigo para conversar e se distrair, para ela é inútil, pois abandonam na primeira oportunidade.
Um destino solitário de uma mulher impecável, permitiu que a solidão instalasse dentro dela, trocou doces por amarguras, alegria e felicidade por seriedade, amor por sentimentos vazios, calor por frio, estar junto por afastamento, cores vivas por tons escuros, um coração aberto por coração fechado... Apresento-lhes: Greta Norman, a impecável mulher solitária!
Pilar Mariosa Bastos
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