Se perseguido aqui não for, sinceramente um cristão não sou.
Pe. Fábio de Melo
O reverso é contrário daquilo de tudo que penso, vivo e quero para mim em um futuro próximo, ás vezes muito mais do que gostaria de poder de fazer, meu tempo, está igual os dias lá fora, chuvoso, frio, um gelo, mais estou aqui presa em pensamentos que me façam sorrir, só assim, para esquecer as horas cinzas que presencio essa semana.
Ando dispersa, longe de tudo, caminhando ao lento sem desviar do meu ideal, estou insegura,sei que não deveria estar, sinto-me temerosa, talvez por almejar tanto, querer tanto, jamais admiti: tenho receio de perder, gosto de conquistar, de adentrar na vida de alguém, reprimo-me e fico com pé atrás ao sentir um não permito,mas, aponto para fé e remo em sua direção, desejando ir de encontro com aquele que consola todo meu ser.
Apego-me nas palavras, reflito no que elas me propagam, mesmo não devendo temer, sinto dentro de mim a inquietude que não me deixa em paz, nesse momento de aflição, fui direto para a casa do Pai, onde tive uma conversa um pouco demorada, desabafei, chorei em relento pedindo para aquietar meu coração, ali, pressenti a tua presença, pude sentir a tua mão acariciando a minha cabeça e humildemente tranquilizando meu coração. Aquela hora especial, tive a certeza de seu amor que me amparou e protegeu.
Vivo em meu reverso, nos versos que traduzem naquilo que me apontou, nos relatos visíveis de minha temerosidade. É reverso contrariando o que mais desejo, a simplicidade, o possível, o entendimento e a firmeza, tento não perder o foco, transporto-me imediatamente meus pensamentos para meu amado irmão, este que morreu por nós na cruz, por ele, sou capaz de transformar em fortaleza, tirando da minha alma toda angustia.
Parágrafos de um instante, o não esquecimento da vontade, as frases que completamos pensamentos avulsos, as estrofes inspiradas nas estação, a realeza e seus súditos fazendo história, o querer a verdade do que a mentira, o sim de um sorriso, e o brilho intenso de um olhar sincero, o final de um conto, uma nova era, um choro contido, um muro entre meus sonhos, a invasão do absoluto, o fracasso apontando, em meio tantas coisas percebo o inevitável:
Nestes dias de frio, vivo o meu reverso, a contrariedade do hoje, os poemas estancados no peito, a voz abafada, a inexistência da prosa, o tudo com nada, a interpretação errada, palavras retiradas, o aperto sem alívio, a cumplicidade sem compaixão, ideias paradas, imaginação estagnada, um obstáculo no caminho, a estrada interrompida, o dia sem a noite, o sol sem a lua, o mar sem o céu, um texto sem fim...
Pilar Mariosa Bastos
Amei...
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