Muitos acreditam que a falta de compreendimento sempre foi minha, por isso a malvada da história sou eu.
Insensível eu? Como poderia, se tudo que mais quero na vida é o seu perdão? Porque seria tão impertinente comigo mesma, sendo que para viver em paz, tive que passar por cima do meu próprio orgulho? Não acredito, que cometeria uma falta enorme, passei muito tempo meditando sobre o que fazer, mas, tudo que eu fizer: a culpa será sempre minha.
Insensibilidade de minha parte não há, reconheço de meus erros, sei o que fiz, corro atrás para corrigi-los, tento concertar tudo o que ocorreu no passado, e a culpa é minha? Quem está sendo mais imaturo e insensível: Eu na minha luta para conseguir o seu perdão, ou você preferindo ficam em silêncio? Respondo facilmente essa pergunta: Você está sendo imaturo e insensível, ao invés de querer aceitar o meu pedido.
Não se engane, com seus pequenos pensamentos sobre meu respeito, continuo aquela mesma pessoa de sempre, que perdoa as faltas, as grosserias que me são feitas e até mesmo o profunda indiferença que as vezes muito tem para com minha pessoa. Tenho comigo, algumas ressalvas, umas novidades que o tempo nos faz florescer com passar dos anos, a maturidade conforme a nossa necessidade, comigo não foi muito diferente, só tive que apagar tudo, obrigada a te esquecer e guardá-lo em meu arquivo memorial. E ao obedecer a ordem, um vazio enorme tomou conta de mim.
Jamais pude falar teu nome, sentir sua falta, por muito anos tive que viver e sentir o meu próprio silêncio, o amor desvalorizado e/ou rejeitado tive que superá-lo, os pesadelos das noites em claros, fiquei muda, não pudia nem sequer falar alguma palavra referente a você, porque a minha presença não era digna da sua.
Não havia lágrimas para meus lamentos, frases com efeitos para os meus desabafos tão pouco, estava a beira da abstinência da saudade, fui terminantemente proibida de sentir. Vivi, um verdadeiro arrastão sentimental, um buraco insatisfatório instalou-se dentro de meu ser, a solidão que não havia fim. Depois de um bom tempo afastada, bem distante de tudo, e pronta para revê-lo, o que mais ouço de sua pessoa é: Sua incompreensível e insensível. Como pode dizer isso para mim, depois de todo processo de crueldade que passei por sua causa?
Eu sou aquela que através de um tombo, coloco salto alto e ergo minha cabeça, mostro o tamanho da minha dignidade, começo a sorrir mesmo não querendo, aí lembro-me: O quanto foi bom passar por todo aquele processo, me ajudou a crescer, a ser quem sou e a perdoar as faltas que são feitas comigo. Hoje, compreendo o porque fui escolhida para esquecê-lo para depois resgatá-lo novamente em mim. Eu sou aquela que caminhará até você para conseguir o tão sonhado perdão.
E ainda a culpa é minha?
E ainda a culpa é minha?
Pilar Mariosa Bastos
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